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Endorfina e Música

            Esta semana me surpreendi quando cheguei à enfermaria masculina do HMCA e observei várias pessoas cantando com os pacientes. Eram os professores da Fundação Cultural de Casimiro de Abreu – RJ, cantando e fazendo com que os pacientes obtivessem melhorias em seus quadros clínicos através da música.
            Pude ver a alegria, o prazer  e o sorriso no rosto de cada paciente. Provavelmente, estavam produzindo endorfinas para aliviar seus sofrimentos.
             A endorfina é um neurotransmissor, tal como a acetilcolina e a dopamina. É uma substância química utilizada pelos neurônios na comunicação do sistema nervoso.
            Existem vinte tipos diferentes de endorfinas no sistema nervoso, sendo a beta-endorfina a mais eficiente pois é a que dá o efeito mais eufórico ao cérebro.
            A pesquisadora Eliseth Leão, enfermeira e musicoterapeuta, pesquisa há 15 anos os efeitos da música no tratamento da dor. Em seu doutorado defendido na Universidade de São Paulo (USP), ela pesquisou a obra do compositor de música clássica Richard Wagner. Encontrou nas partituras do autor alemão um importante auxílio para as mulheres sofredoras de fibromialgia – um tipo de dor majoritariamente feminino, caracterizada por diagnóstico e tratamento difíceis. “Estudamos 90 mulheres que sofriam cronicamente de dor e elas escutaram músicas de Wagner (em média 40 minutos). Aferimos a intensidade antes e depois das audições, por meio de escalas numéricas”, conta. “A redução da dor e a sensação de alívio foi impressionante”, afirma a pesquisadora. Segundo Eliseth, o mecanismo que faz da música um “analgésico natural” é simples: enquanto escutam, as pessoas acionam algumas memórias e fazem associações com imagens que têm efeito terapêutico. A estrutura musical ajuda na liberação do hormônio endorfina, ligado ao bem-estar.
Visto isso, vamos cantar mais, sorrir mais e fazer o bem ao nossos semelhantes!!!
Grande abraço,

A Temida SUPERBACTÉRIA

A Temida SUPERBACTÉRIA



Em 2010 e início de 2011, notícias sobre a superbactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase ganharam as páginas dos jornais. Apenas no Distrito Federal, entre janeiro e outubro de 2010, ela contaminou 183 pessoas, das quais 18 morreram.

Não havia motivo para tamanho alarme. A existência de uma superbactéria não deve ser desprezada, mas o fato é que a KPC, identificada em 2006, nos Estados Unidos, está restrita a ambientes hospitalares. Os pacientes mais suscetíveis são os doentes graves, imunologicamente debilitados. Em sua maioriam estão internados há bastante tempo em UTIs, com pouca perspectiva de alta. Em contato com uma pessoa saudável, oferece risco mínimo.

          A KPC é de difícil transmissão. Sua matriz (Klebsiella) é naturalmente encontrada nos intestinos. Ela desperta a atenção dos especialistas pela forma como passa a um microorganismo semelhante a informação de como adquirir resistência.

          As superbactérias, extremamente resistente à maioria dos antibióticos, começaram a desafiar a medicina há ao menos sessenta anos. Na década de 50, foi identificado um germe imune à penicilina – o primeiro antibiótico descoberto. A resistência era fruto do mau uso do medicamento. Os antibióticos só cumprem seu papel quando tomados pelo tempo correto e nas doses prescritas. Do contrário, as bactérias capazes de produzir enzimas que inativam sua ação sobrevivem às doses inadequadas e driblam o ataque da medicação. Quando se multiplicam, geram“filhotes” resistentes.

            Nas últimas décadas, algumas bactérias têm se revelado ainda mais “espertas”, como é o caso da KPC. Além de transmitirem a resistência a seus descendentes, elas enviam um pedacinho do seu material genético (o plesmídeo) com essa informação para bactérias vizinhas, que têm a oportunidade de aprender a se defender do ataque dos antibióticos.

            Quando as superbactérias contaminam pacientes enfraquecidos, é provável que cheguem à corrente sanguínea e atinjam os órgãos, sem que remédios consigam detê-las. Ocorre, então, uma septicemia (infeção generalizada). Esse ciclo só é interrompido com o uso de um antibiótico diferente. A KPC é resistente aos antibióticos da classe dos carbanêmicos, e cerca de 70% dos infectados respondem ao tratamento com algum outro tipo de antibiótico. Para o restante, nenhum surte efeito.

            O principal agente de transmissão das infecções hospitalares são os profissionais de saúde. A   maioria das contaminações ocorre pela falta de um hábito básico de higiene: Por pressa ou falta de costume, os profissionais não lavam as mãos de forma adequada. Os instrumentos médicos constituem outra forma de contaminação. Um estudo divulgado pela Associação Paulista de Medicina revelou que 87% de 300 estetoscópios recolhidos de hospitais paulistas estavam contaminados com bactérias. Para evitar esse tipo de contágio, bastaria limpar o aparelho depois de atender um paciente.

            No Distrito Federal, no fim de 2010, a situação era grave. O aumento no número de infecções por KPC coincidia com a falta, em nove hospitais, de produtos como luvas, seringas, compressas e cateteres. É no caos que as superbactérias também proliferam.