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A Fisioterapia no Acidente Vascular Encefálico (AVE)


            Toda semana quando assumo o plantão no HMCA, encontro pacientes internados com AVE.
            As causas de AVE são anóxico-isquêmicas (resultado da falência vasogênica para suprir adequadamente o tecido cerebral de oxigênio e substratos) e hemorrágicas (resultado do extravasamento de sangue para dentro ou para o entorno das estruturas do sistema nervoso central).
          O Acidente Vascular Encefálico (AVE) representa uma das principais causas de morbilidade e mortalidade a nível mundial, tendo grande repercussão na qualidade de vida dos doentes. A reabilitação assume grande importância  afim de ajudar o paciente a readquirir capacidades perdidas e tornar-se novamente independente, tendo particular importância neste processo os prestadores de cuidados.
           São múltiplos as sequelas resultantes do AVE a nível físico, cognitivo-comportamental e emocional, havendo a necessidade de intervenção de uma equipe interdisciplinar e interactiva de profissionais especializados em diferentes áreas (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos e assistentes sociais), para maximizar a recuperação e facilitar a reintegração no ambiente familiar e social.
           Não existe evidência clara da superioridade de um modelo de fisioterapia para reabilitação de AVE relativamente a outro, mas existe alguma evidência a favor de intervenções específicas. Vários estudos demonstraram que a força muscular pode melhorar de modo dependente da quantidade de treino, sem se verificar aumento da espasticidade. A estimulação eléctrica funcional parece também aumentar a força muscular, mas a relevância clínica não é certa.
          Como fisioterapeuta, percebo que a fisioterapia encontra-se em processo de evolução constante, resultando na adoção de novos métodos clínicos, a partir da descoberta de dados importantes fornecidos pelas pesquisas científicas.
           E não se esqueçam: "A recuperação é lenta. Paciência e dedicação são pontos fundamentais para a reabilitação."


Grande Abraço,
Alberto Souza
         

Úlceras por Pressão


            As úlceras por pressão são definidas como lesões de pele ou partes moles originadas basicamente de isquemia tecidual prolongada. São causadas por fatores intrínsecos e extrínsecos ao paciente, e dependendo da profundidade da lesão, podem levar a complicações como a osteomielite e a septicemia podendo levar o paciente a óbito. Sua incidência e prevalência são altas, mobilizando paciente, familiares e instituições de saúde. Os principais fatores para o seu desenvolvimento são a pressão e a fricção, sendo sua prevenção mais eficaz e economicamente viável que seu tratamento.
              As úlceras por pressão por muito tempo foram descritas como sendo um problema estritamente de enfermagem, decorrente de cuidados inadequados por parte desses profissionais. Várias evidências científicas têm mostrado que a úlcera por pressão é decorrente de fatores múltiplos, não sendo, portanto, de responsabilidade exclusiva da equipe de enfermagem.
            As úlceras por pressão têm prevalência e incidência elevadas nos tratamentos agudo e de longo prazo de clientes hospitalizados e/ou acamados, podem se desenvolver em 24 horas ou espaçar 5 dias para sua manifestação (COSTA, 2003).
          Dentre os diversos fatores de risco, gostaria de destacar os pacientes neurológicos. A experiência com pacientes da APAE, onde trabalhei por cinco anos,  me fez crescer muito como pessoa e como profissional.
          Pacientes com lesão medular apresentam certo grau de alteração na sensibilidade térmica e tátil, o que leva à predisposição para o desenvolvimento das feridas. Geralmente, esse tipo de paciente permanece por longos períodos em uma mesma posição, exercendo compressão contínua em diferentes áreas do corpo. Além dos pacientes portadores de lesão medular, outros indivíduos acometidos por traumatismos graves podem desenvolver úlceras de pressão, também em decorrência do posicionamento (DELISA; GANS, 2002).
            A grande incidência e prevalência da úlcera por pressão sugerem uma atuação insuficiente dos profissionais da saúde, junto aos pacientes hospitalizados/acamados por razões diversas. Alguns autores como Lianza (1995), Candido (2001) e Benedet (2001) concordam que a equipe multidisciplinar deve estar integrada para prestar os cuidados aos pacientes acamados, que por ventura poderão apresentar riscos para integridade da pele e ainda ressaltam a importância do Fisioterapeuta, do Enfermeiro, do Médico, do Técnico de Enfermagem, do Nutricionista e toda equipe como cuidadores integrais do paciente.
           O senso comum entre os autores também diz que a prevenção da úlcera por pressão é mais importante que as propostas de tratamento, visto que, na prevenção o custo é reduzido, o risco para o paciente é nulo e sua permanência no hospital é abreviada, já que uma úlcera por pressão aumenta o risco de o paciente adquirir uma infecção concomitante aumentando assim, seu tempo de hospitalização (CALIRI; RUSTICI; MARCHRY, 1997; SILVA; FIGUEIREDO; MEIRELES, 2007).






 
Grande Abraço,
Alberto Souza